História, histórias e curiosidades
Concluída a ermida, Francisco Gonçalves Salgado tratou de pedir ao Bispo, D. Gabriel de Almeida, licença para nela poderem ser celebrados os diversos rituais católicos, tendo obtido o alvará em Junho de 1674[i]. Contudo isso não foi suficiente para que os moradores do lugar da Camacha pudessem assistir aos ofícios com a regularidade que, com certeza, desejavam, uma vez que não existia nas proximidades um padre que os pudesse celebrar. Para ultrapassar esse obstáculo Francisco Salgado ofereceu a sua ermida ao rei de então, D. Afonso VI, permitindo assim que o bispo D. Frei António Telles da Silva avançasse com o pedido de criação de freguesia, o qual foi concedido por D. Pedro, príncipe regente, em Dezembro de 1676. Não se tratou de um processo célere, dado que só em Outubro de 1679 foi designado o padre Manuel de Sá e Sousa mas nada indica que terá efectivamente ocupado este lugar, sendo Gaspar Pinto Correia o nome que figura nos primeiros registos em 1680, ano da conclusão da delimitação da freguesia. Oficialmente designado em 1686, o padre Gaspar terá sido o legítimo “possuidor” da pequena igreja até 1738, ano em que foi designado Manuel Simão de Gouveia, que por aqui ficou até a sua promoção em 1745. Para o substituir foi nomeado António Gomes Germano, logo substituído em 1747 por Manuel João Barreto. Em 1753 chegou Francisco Xavier da Cunha, ao qual se seguiu José Telo de Menezes. Apesar do crescimento da freguesia, quase um século depois o “mantimento” dos sucessivos padres permanecia inalterado nos dez mil reis anuais, um moio e trinta alqueires de trigo e pipa e meia de vinho, estipulados por D. Pedro para o primeiro padre designado, o que levou Telo de Menezes, em 1768, a dirigir uma petição ao Rei D. José, no sentido de ser autorizado a “pedir esmola” fora da freguesia, por forma a suprir as necessidades da sua pequena igreja. Foi, também, durante o seu exercício que começaram os sepultamentos no adro, por falta de espaço dentro da pequena igreja. Em Junho de 1770 o padre António Pestana Serrão foi nomeado para esta freguesia, sendo nessa altura que se iniciou o processo para a edificação da nova igreja, que diversos dos seus antecessores haviam pretendido. Neste período e durante um breve espaço de tempo (Março a Novembro de 1774) a paróquia contou com o vice vigário Miguel Caetano Moniz e Vilhena. O padre Francisco de Sousa Xavier Correia assumiu a paróquia em Janeiro de 1782 e coube-lhe ver a nova igreja nascer. Por aqui ficou até o final da década, tendo lhe sucedido os padres[ii]: Leandro José da Fonseca, Vigário, 1788-1793; José Joaquim de Sousa, Vigário, 1793-1795; Manuel Teixeira Jardim, Vigário 1795-1800; Francisco Camacho, Vigário, 1801-1802; António de Araújo Jaques, Vigário, 1802-1803; João José de Freitas, Cura 1805-1819; António Joaquim Baptista, Vigário, 1802-1806; Inácio Cristóvão da Sousa, Cura, 1810; Manuel Teixeira Jardim, Vigário, 1795-1800; 1810-1828; Marcelino João da Silva, Cura, 1820- 1825; João Miguel de Freitas, Cura, 1826-1827; Manuel Teixeira Jardim, Vigário, 1827-1834; Paulo Joaquim Vieira, 1828-1829; Marcelino de Freitas e Vasconcelos, Vigário, 1834-36; Clemente de Ornelas, Cura, 1836; João de Abreu Macedo, Vigário, 1836; João António de Sousa Nunes, Vigário, 1838; Dionísio Bettencourt Pimenta, Vice Vigário, 1838-1846; João José da Trindade, 1841; Paulo Joaquim Vieira, Vigário da Camacha, 1846-1848; João Aleixo de Freitas, Vigário, 1848-1851. Em 1851 Cristiano Augusto Machado Pacheco obteve a sua primeira nomeação. Sucederam-lhe Manuel Romão Martins Pestana, Cura, 1852 e José Isidoro Gonçalves, Vigário, 1863-1866. Em 1866 o padre Cristiano regressou à localidade ficando por aqui até 1891. A ele se deve o aumento do passal da Igreja Paroquial, ao qual anexou um terreno em 1867. Seguiram-se Roque Caetano Rodrigues, Vigário, 1892; Carlos de Freitas, Cura, 1892-1896; Fernando Augusto da Silva, Vigário, 1892-1902; Manuel Filipe de Sousa, pároco, 1902-1907; João Baptista, pároco, 1908-1909; João Eduardo de Sousa, pároco, 1909-1911. Em 1912 chegou o padre João Augusto de Faria, que terá sido, talvez, aquele que mais contribuiu para o engrandecimento da freguesia, quer promovendo ou colaborando com diversas iniciativas[iii] quer enriquecendo o património local através das sucessivas obras que realizou na Igreja Paroquial, aumentando substancialmente o seu valor estético e funcional. Os seus sucessores serão, eventualmente, objecto de um futuro artigo. Fernanda Nóbrega @ CAMACHA - camacha (weebly.com) [i] Para informações mais detalhadas sobre este tema vide Calaméo - Da Ermida à Igreja De S Lourenço Da Camacha (calameo.com)
[ii] Informação recolhida na Base de dados dos registos paroquiais criada por de Álvaro Luís Correia de Nóbrega [iii] Vide A revolta dos Camacheiros , A torre da igreja , Capela de S. José , Festa da Flor , camacha - CAMACHA (weebly.com) , Capela do Santíssimo Sacramento ,
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Abril 2024
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