História, histórias e curiosidades
Nem todos terão obtido essa classificação nos seus exames, no entanto todos, os aqui referidos, ficaram para a história ao serem objecto de notícia na imprensa regional. Já aqui se abordou o Ensino público- os primórdios, onde se relata a implementação do ensino escolar oficial na Camacha e a parca oferta nesse sentido, até o início do século vinte. Não é de surpreender, portanto, que as crianças camacheiras tivessem de se deslocar a fora da freguesia, para realizarem o exame de 1º grau. No final de Julho de 1905, Ângelo Simão de Vasconcelos Gomes e Carlos Alberto de Jesus foram recebidos em festa, no regresso da prova que realizaram no Caniço: “Reproduziram-se idênticas manifestações na freguesia da Camacha[i], à chegada ali de duas creanças, do sexo masculino, naturaes d’aquella localidade, que tinham obtido a classificação de distinctos, acompanhadas do seu professor sr. Manoel d'Antas Almeida, dos pais dos examinados e do sr. dr. Figueira, que exerce clinica na referida freguesia[ii].” Por meados da segunda década os exames do 1º grau, que englobava os três primeiros anos de escolaridade, realizavam-se já nas escolas da Camacha. Em Julho de 1916, o Diário de Notícias informava que “Da escola official da freguezia da Camacha, habilmente regida pela professora sr.ª D. Maria Mercês Lopes Faria, fizeram exame do 1.°grau, ficando approvadas, as seguintes alumnas: Maria Isabel da Camara e Maria d' Andrade, com a classificação de bom, e Delfina Rodrigues e Carolina de Goes, com a de sufficiente.” No mesmo jornal, dias depois, António Rodrigues e Januário de Goes, pais das duas alunas com menor classificação, fizeram publicar um agradecimento à professora pelo bom trabalho realizado com as suas filhas. Nesse mesmo ano, no início do mês de Agosto, Alfredo Maria Rodrigues e Abel Ferreira de Nóbrega realizaram o exame de 2º grau sendo que este era realizado no Funchal, muito provavelmente no Liceu Central, porém, do seu resultado não temos notícia. Podemos presumir que terá sido positivo dado que o primeiro prosseguiu estudos e formou-se em medicina e o segundo era estudante liceal aquando do seu falecimento[iii]. Em 1917, da escola oficial da mesma professora temos informação dos resultados do 1º grau: Isabel de Nóbrega, bom; Margarida de Freitas, suficiente e do seu ensino particular; José da Mota e António Teixeira ambos com suficiente. Em 1918 a notícia é da escola regida pelo professor Ângelo de Menezes Marques tendo os seus alunos obtido os seguintes resultados: José Fernandes Teixeira, óptimo; Frederico Rodrigues e Manuel Nóbrega Valente, bom e José Ferreira, José de Nóbrega e Joaquim Teixeira, suficiente. Vinte anos mais tarde, e sob orientação do professor Carlos Marinho Lopes, os bons alunos foram, no 1º grau: Severo Morais Gonçalves, dispensado da prova oral de aritmética; Abel Policarpo de Freitas, idem; José Vieira, idem; António Gregório Gonçalves, idem; José de Nóbrega, idem; Alfredo Manuel Jorge, idem. No 2º grau: João Gonçalves, distinto; Raul Fernandes, distinto; Aires Tibúrcio da Mota, distinto; Isabel Cipriano Marinho Lopes, distinto; José Gonçalves Lucas, aprovado; José Fernandes, aprovado; Álvaro de Freitas, aprovado; David Teodoro Rodrigues, aprovado; e Jaime Quintal aprovado. Fernanda Nóbrega @ CAMACHA - camacha (weebly.com) [i] No Caniço foram lançados foguetes e pode se presumir que na Camacha terá sucedido o mesmo.
[ii] [ii] ABM Colecção de Jornais, Diário de Notícias [iii] Vide Capela de S. José * FUSCIANO, Eutíquio (pseudónimo de Alfredo Ferreira Nóbrega Júnior)- Junta de Freguesia da Camacha
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Abril 2024
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