História, histórias e curiosidades
A primeira notícia que se encontrou, até ao momento, remonta ao ano de 1858, aquando Lourenço Joaquim de Sousa vendeu a Rufino Ricardo Teixeira, os moinhos que eram de António Emídio de Sousa. Sem documentos que o comprovem, apenas se pode presumir que estes moinhos terão sido construídos por António Emídio de Sousa, na primeira metade do século dezanove. De António Emídio de Sousa apenas se soube que era proprietário, nessa época, de uma considerável quantidade de terrenos, nas duas margens da pequena ribeira. O facto de existir um moinho a cerca de duzentos metros acima, o qual deu ao local onde se encontra, a designação de Bairro do Moinho, que perdurou até os inícios do século vinte, reforça também a hipótese de estes, uns quantos metros abaixo, serem de construção mais recente . De Ricardo Rufino passou, em meados de sessenta[i], para João Elias Baptista e foram os seus descendentes e herdeiros que a partir de 1886 começaram a vender a António Teixeira Vasconcelos, em porções de 1/9, a “casa térrea, coberta de telha, que serve de moinho com duas moendas.[ii]” Em 1899 estava o processo de compra concluído, mas logo em 1900, António Teixeira de Vasconcelos e Genoveva Baptista doaram este moinho a Genoveva Amália Vasconcelos, uma das suas cinco filhas. Em 1910, Genoveva Amália de Vasconcelos e o seu marido, João da Mota, venderam o predito prédio a José Quintal Júnior, dos Casais de Além e a António Gouveia Branco, da Igreja. Esta sociedade manteve-se até o ano de 1957, tendo, então, a parte de José Quintal Júnior sido vendida a Francisco Rodrigues & Filhos, Lda., com morada na Rochinha, Funchal. João Gregório Branco ficou com a outra metade, tendo o moinho, com uma área de quarenta metros quadrados e duas mós, uma com 93cm e outra com 95cm, laborado até o início dos anos setenta. Nos diversos documentos consultados surge outro moinho, no mesmo local, a ser vendido em 1905, por Tomás Tolentino de Vasconcelos, Rufino Teixeira de Vasconcelos e Maria Fernandes de Vasconcelos, ausentes da ilha, filhos de António Teixeira de Vasconcelos e Genoveva Baptista, a João Manuel Teixeira das Neves da Achadinha. Segundo a descrição inserida no acto notarial a venda englobou dois prédios na Achadinha: uma casa sobrada coberta de telha e um moinho com duas moendas. As confrontações descritas colocam a norte um moinho, a leste a ribeira da laranjeira e a sul a estrada. No livro Moinhos e Águas do Concelho de Santa Cruz[iii] encontra-se referência a este moinho num quadro relativo a 1920[iv] e uma outra que atesta a sua existência em 1940, detalhando apenas as duas mós, uma de 62 e outra de 67 centímetros. Desconhece-se quando terá deixado de funcionar. Fernanda Nóbrega @ CAMACHA - camacha (weebly.com) [i] Carece de confirmação
[ii] ABM Notariais [iii] RIBEIRO, João Adriano; FREITAS, Lourenço de G.;FERNANDES, José Baptista - Moinhos e Águas do Concelho de Santa Cruz [iv] O nome constante no quadro é João Manuel Teixeira Nunes mas pela semelhança com Teixeira das Neves, por não se encontrar qualquer indicação da existência de alguém com esse nome, nessa data, e pela noção da dificuldade que muitas vezes a leitura de documentos manuscritos acarreta, presume-se que se trata do mesmo moinho.
0 Comments
Leave a Reply. |
Autores Somos vários a explorar estes temas e por aqui iremos partilhar o fruto das nossas pesquisas. O que já falámos antes:
Abril 2024
Categories |