História, histórias e curiosidades
Sob a alçada do VII Governo da Ditadura Militar, a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Santa Cruz elaborou, em meados de 1930, um extenso plano de obras a serem executadas num prazo de dois anos, por todo o concelho. Para a Camacha planeou a regularização do Campo da Achada, o alargamento da estrada entre a Achada e a Igreja, o alargamento da estrada da Igreja até a quinta do Conselheiro Aires de Ornelas e daí seguir sempre até o Caminho do Norte e baldios. Em frente à quinta seguir a estrada para a Levada do Pico, João Ferino e Santo da Serra. Fazer duas escolas no Rochão, uma para cada sexo e igualmente mais duas na Achadinha ou Casais d’Além. Ambicionava ainda estabelecer fornecimento de luz eléctrica recorrendo à água da ribeira do Porto Novo. Na parte mais central da freguesia uma casa sobrada, implantada junto à Igreja, atrapalhava o concretizar dos planos, daí a que na reunião de 24 de Julho de 1930 a Comissão tenha deliberado: Foi resolvido proceder à expropriação por utilidade pública da casa situada no sítio da Igreja da Camacha que fica na frente sul do adro da Igreja Paroquial e que é pertença de João de Freitas residente no mesmo sítio, estando a matriz predial urbana em nome de Francisco de Freitas.[i] Em Setembro do mesmo ano, João de Freitas respondeu à pretensão da Câmara: João de Freitas, negociante, casado, do sítio da Igreja, freguezia da Camacha tendo conhecimento que a Exma. Câmara pretende expropriar judicialmente o prédio urbano que o suplicante possue no dito sítio e freguesia, em frente à igreja paroquial, vem respeitosamente requerer à Exma. Câmara que em caso afirmativo seja a expropriação feita amigavelmente conformando-se o suplicante em receber a quantia de dez mil escudos pela expropriação do seu referido prédio com a condição também de receber todo o material que for retirado proveniente da demolição do mesmo prédio, fazendo-se esta por conta da Exma. Câmara.[ii] A Câmara considerou o negócio vantajoso e para o concretizar requereu isenção de pagamento de sisa, atendendo a que o objectivo desta aquisição era a demolição da casa para fazer um largo em frente ao adro da igreja e alargar os caminhos que o circundavam. Foi concedida a isenção em Janeiro de 1931 e presume-se que a obra tenha sido efectuada por essa altura. Fernanda Nóbrega @ CAMACHA - camacha (weebly.com)
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Abril 2024
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