História, histórias e curiosidades
Neste mesmo dia vinte de Agosto, mas em 1919, os principais jornais da Madeira publicaram um pequeno artigo, à laia de anúncio, sobre uma comemoração que iria se realizar na Camacha. Muito castigada pela primeira guerra, dado uma grande parte da sua população ter perdido rendimentos, devido à falta de procura dos artigos de vimes, a Camacha celebrou efusivamente o fim da mesma. Logo no dia treze de Novembro de 1918, dois dias após a assinatura do armistício, um grupo de jovens camacheiros, liderados por Aires Filipe de Jesus, José Quintal, Carlos Jesus e João de Nóbrega, organizou uma manifestação onde foram lançados foguetes e dados vivas aos Aliados, à imprensa do Funchal, à Cruz Vermelha Portuguesa e Americana, ao Exercito e à Pátria. No mês seguinte o comércio local, também para comemorar o fim da guerra, abriu uma subscrição a fim de alegrar o Natal dos mais aflitos. Na mesma ocasião um grupo de senhoras organizou uma novena “Te Deum” e sermão seguindo-se animação no adro pela Filarmónica Artística Madeirense. Em Agosto, do ano seguinte estavam ainda muito presentes as consequências do conflito e naturalmente a vontade de festejar o seu fim fazia todo o sentido. Até porque o típico inverno camacheiro também, não seria muito convidativo para realizar a festa que então se concretizou. “Na Camacha Festa comemorativa da Paz Na pitoresca estancia da Camacha realisa-se no próximo domingo uma grande festa para comemorar a terminação da guerra que tantos males causou áquela freguesia, cuja população, em avulto numero, vive exclusivamente da industria da obra de vimes que sofreu uma completa paralisação durante o terrivel conflito. Na respectiva igreja paroquial celebra-se a festa do Sagrado Coração pelas 8 horas da manhã, havendo por essa ocasião a 1.' comunhão a numero de crianças. Às 11 horas realisa-se uma missa campal na Achada, com sermão pelo distinto orador rev. padre José Marques Jardim. Nesta festa tocarão tres filarmonicas até as 11 horas da noite do domingo, havendo vistosas iluminlções e sendo queimado bastante fogo de artificio. Pelas 4 horas da tarde será organisada uma grande procissão na Achada que Irá até ao sitio do Vale Paraiso, recolhendo em seguida à igreja paroquial. Neste cortejo, segundo se espera, encorporar se hão mais de 600 pessoas de ambos os sexos. No largo da Achada funcionarão dois bazares, cujo produto reverterá em beneficio da pobreza envergonhada da localidade. É de esperar que esta festa faça afluir enorme concorrencia á freguesia da Camacha”[i] Fernanda Nóbrega @ CAMACHA - camacha (weebly.com) [i] Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira, Colecção de Jornais, Diário da Madeira
Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira, Colecção de Jornais
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Abril 2024
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